Algo que gosto no cinema é conhecer novos atores.
Há alguns anos, assisti na TV um filme chamado “O Rei da Baixaria” (pois é…), que contava a história de Howard Stern, o famoso locutor de rádio dos EUA. O filme é, como diz o nome, uma baixaria, mas até que diverte.
Lembro que um dos atores me chamou a atenção, interpretando um produtor da rádio Msnbc cuja função era atormentar a vida do Howard. O cara era engraçadíssimo e não precisava se esforçar para isso. Sem trejeitos, caretas, ações forçadas. A graça do ator vinha do seu carisma e do realismo que dava o personagem.
Mais tarde, esse ator tornou-se conhecido e eu descobri que seu nome era Paul Giamatti.
Alguns filmes dos quais ele participou: Sideways, Cinderella Man, O Resgate do Soldado Ryan, O Ilusionista, Planeta dos Macacos, A Negociação e até mesmo (essa eu não sabia) a animação Robôs, dublando um personagem menor, mas engraçadíssimo.
Em Sideways, ele interpreta um escritor alcóolatra e depressivo e consegue ser hilário no papel, ao mesmo tempo em que é comovente. Talvez seja seu melhor papel. Mas ele também consegue se destacar interpretando personagens secundários, como o treinador Joe Gould, em Cinderella Man. É memorável a cena em que ele entra no ringue e quer partir para cima do adversário de Jim Braddock – o adversário é um boxeador capaz de partir o treinador ao meio -, tipo de cena que funciona bem, porque o ator já construiu algo, ao longo do filme.
Ver Giamatti ganhando respeito e visibilidade é duplamente interessante. Primeiro, mostra que talento e carisma ainda são coisas valorizadas pela indústria – a tendência agora é dizer que só a aparêcia é valorizada, mas não acredito muito nisso. Segundo, é sinal de que podemos esperar mais filmes bons, com personagens interessantes e bem interpretados por ele (seja como protagonista ou coadjuvante).
Enfim, para quem não conhece, é um nome que recomendo prestar atenção.